Pobres e ricos – nunca foi mais atual!

A bancarrota, o banditismo político e financeiro, a trapaça eleitoral para assegurar as posições de mando são fatos indicativos de inegável dissolução. A alta criminalidade dos dominadores tomou feição caracteristicamente fraudulenta e reveste formas de requintada ladroíce, mal escondida pelas cumplicidades e condescendências de certa moral acomodatícia. O crime bancário, crime financeiro, o crime eleitoral unidos ás fraudes industriais e comerciais de toda ordem, constituem, por toda a parte, manifestações constantes da atividade burguesa. A identidade dos fatos não encontra estorvos nas diferenças de raças, nem nas distâncias que separam os continentes. (…) Coexistem a criminalidade violenta e a fraudulenta, a da classe que não possui e a da classe que possui. São a evidência, duas formas de “criminalidade coletiva”. De uma parte, temos os ricos, os burgueses, os abastados, os gozadores da vida, que aperfeiçoam o furto, o estelionato, a falsidade (…) e por meio da politicagem e das manobras financeiras, dominam o Estado e se apropriam da fortuna pública; de outro lado, temos os pobres, os ignorantes, os necessitados que, por meio das sedições, dos motins (…), ousam revoltar-se contra a imoralidade dos que vêm de cima (…).

Roberto Lyra; Novo Direito Penal.

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